quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Food4Life - São Paulo/SP


Food4Life vem trilhando seu caminho há nove anos, desde que realizou o primeiro show no parque do Horto Florestal em São Paulo. Nesse meio tempo, a banda apresentou uma demo-tape, o primeiro álbum Enjoy em 2000, diversas coletâneas e o videoclipe da música “Close your eyes”. Além disso, seus integrantes passaram a tocar ao lado de bandas nacionais (CPM 22, Hateen, Incocentes, IRA!, Dead Fish, Ratos de Porão) e internacionais (Shelter, No Fun At All, Bambix, Pulley, MxPx) dando-lhe uma maior importância à musica independente nacional; e com o lançamento do home video São Paulo Hardcore Scene, o primeiro da América Latina a ter bandas de hardcore, a Food4Life se tornou uma das maiores revelações brasileiras no estilo. Formada por Roberto "Poder" na bateria, Gustavo na guitarra e vocal, Helinho no baixo e Bolacha também na guitarra desde 2002, a Food4Life evolui a cada ano para a construção de um estilo próprio, sem meio termo. Com esses conceitos um novo álbum foi lançado em outubro de 2004,totalmente gravado em português e intitulado como Mais Uma História, o disco apresentou um grande amadurecimento musical e lírico da banda. Influenciados principalmente pelo hardcore californiano, os integrantes buscaram reunir em suas músicas elementos de grupos de rock atuais como o Foo Fighters sem menosprezar os aspectos do bom e velho heavy metal ao estilo do Metallica, uma das principais referências do Food4Life. Este ano agora é um momento de espera pelo mais recente trabalho, Tormenta. Batendo no batente por quase todo o ano de 2006, a banda teve o auxílio do produtor Kuaker (ex-Yo-Ho-Delic) que já havia executado a mesma tarefa com as bandas CPM 22 e Blind Pigs. A mixagem ficou por conta de Phil Fargnoli, guitarrista do Dead Fish, e Fernando Sanchez, baixista do CPM 22. E devido à proximidade e amizade, o álbum ainda tem as presenças de Rodrigo Lima, vocalista do Dead Fish, e da banda cearense Switchstance. A produção deste disco faz parte de mais uma etapa da jornada que a Food4Life pretende seguir por muito tempo. O objetivo é continuar realizando mais shows por todo o Brasil, conhecendo novos lugares, pessoas, bandas e estabelecendo novos laços de amizade, além de manter sempre a mesma postura no palco com energia positiva e adrenalina. É uma busca por um som rápido com melodias marcantes que conscientizem e, acima de tudo, divirtam o público cativo. A banda disponibiliza em sua página no Tramavirtual os dois primeiros CD's completos (Enjoy e Mais Uma História) para download e 4 músicas do novo CD Tormenta.


Entrevista feita por Camila, com HELLinho.


Cinta Liga: Vamos lá então, comece falando um pouco sobre a banda...
Hell: Bom, somos uma banda paulista de 9 anos de idade, 3 CD's lançados, sendo que o terceiro é o mais novo e se chama TORMENTA, irá sair no começo de 2008!


Cinta Liga: Legal! E nesses 9 anos de estrada, qual foi o acontecimento que mais marcou a história da banda?
Hell: Houveram vários acontecimentos, o que veio na cabeça agora foram nossas tours pelo Nordeste que sempre foram bem fodas, o dia que a gente tocou com o MxPx aqui em São Paulo em uma casa de shows muito foda, chamada Tom Brasil, a gravação do home vídeo "São Paulo HC Scene" em 2000 marcou bastante também, por ser o primeiro documentário sobre hardcore da América Latina.


Cinta Liga: Nossa, que bom hein! E de onde vem o nome da banda?
Hell: Então, Food4life. Quem deu a idéia foi um amigo que esteve em Los Angeles e lá tem uma loja de comida natural que se chama Food4life, daí ele acabou sugerindo e a gente curtiu, mas eu acho que música alimenta a vida também, então Food4life!!


Cinta Liga: Bem, quanto às letras... no começo, vocês músicas em inglês, houve algum motivo maior para a mudança pra músicas em português?
Hell: A gente vêm da época em que a maioria das bandas cantavam em inglês, nós, Dead Fish, Garage Fuzz, Street Bulldogs... Então o português era meio que uma aversão, só que o Gustavo (vocalista) sempre cantou MPB em barzinhos, então ele tinha uma maior facilidade com melodias cantadas em português, daí resolvemos experimentar, fizemos 2 músicas: "Realização" e "Caminhos Cruzados", ficou muito foda. De lá pra cá mudamos então o idioma, mas foi de uma forma bem natural mesmo, nada forçado!


Cinta Liga: E de onde vem a inspiração para as letras? Quais as influências da banda?
Hell: Bom, é bem variada, no último CD por exemplo, tem uma música que a letra é inspirada no filme "Encontros e Desencontros", tem letras sobre relacionamentos, sobre o caos urbano em que vivemos, tem uma letra que o Rodrgio do Dead Fish escreveu com a gente, que é um lance bem pessoal, a gente não se prende à um tema, escreve de acordo com nosso estado de espírito, inspiração... Quanto às influências, acho que hoje em dia as principais são Bad Religion, Hot Water Music, No Use for A Name, Lagwagon, Only Crime, Rise Against e bastante metal, tipo Metallica, Anthrax, Slayer e por aí vai!



E agora confira o "faixa-a-faixa" exclusivo do novo CD "TORMENTA".

Desencontros
Essa abre o CD e é meio auto análise, deixando todo o passado para trás, entrando numa nova fase de cabeça. Escolhemos ela pra abrir, muito por causa da batida também que encaixou legal com a porrada que vem em seguida.

Incertos Dias
Segue a paulada, com esse som a gente mostra a nossa vontade de interagir com a galera e trocar novas experiências. Seja de forma positiva ou negativa, o dia seguinte é sempre incerto e misterioso. Acho que essa faixa introduz esse clima de território e temas que a gente ainda não tinha explorado.

Assim Na Terra Como No Inferno
O primeiro som desse novo álbum que a gente já havia lançado como single foi um grande termômetro pra os novos sons que vieram. Pra nós, admitir e usufruir de novas influências sempre soou muito incerto e pretensioso, mas com a galera abraçando nossas novas idéias a gente se sentiu bem mais livre e arriscou mais.

Aversão Aos Fatos
Hardcore é foda. Lembro que essa música a gente fez em dois ensaios, depois que a gente terminou deu aquela sensação tipo "o quê que é isso?!". Parecia que tinha passado um trem por cima da gente. Foi difícil passar o peso da gente tocando ao vivo esse som pro CD, acho que o negócio é todo mundo conferir e dar suas opiniões.

Sexto Sentido
Vou contar um segredo. Toda vez que a gente está fazendo novos sons alguma coisa remete ao Bad Religion, e a gente apelida a música assim. No "Mais Uma Hsitória" foi "Paraíso Perdido", no "Tormenta" é esse som, punk melodioso mas simples. Meio skate mas com umas linhas de guitarra bem modernas.

Involução
Essa faixa mistura um pouco de tudo, é rock, é metal, é hc. A letra é meio tenra demais em relação à base, mas no final fica bem claro qual é a mensagem.

Estática
A gente sempre foi uma banda que gosta da estrada e isso nos levou a aprender e conhecer muita gente durante os quase dez anos de banda. Em 98 eu conheci o Maurílio da Switch Stance e desde então sempre fomos de encontro a eles pro Nordeste e recebemos eles aqui em Sampa também. Essa música é nossa primeira parceria e também é o primeiro som que a gente compõe junto com outra banda e resultado foi tão legal que a gente toca sempre nos shows, com eles ou sem eles.

Tormenta
Faixa titulo, como sempre há. O engraçado é que esse som pouco tem a ver com o tema que norteia o disco, é na verdade uma música meio romântica. A gente sempre teve uns sons assim e acho isso bem legal, afinal, roqueiro também ama é ou não é?

Me Dê A Mão
A gente pegou essa pra começar a divulgar o CD, temos um clipe dela e curtimos muito tocar ao vivo. A história é sobre ser parceiro mesmo, apesar de todos os percalços, se a gente se une vai pra frente, evolui. Tem uma espécie de duelo de guitarra que foi muito legal de fazer nesse som.

Terceiras Intenções
Esse som tem uma idéia meio de auto afirmação que o peso das guitarras deu um suporte foda. Não é por que o som é nosso não, mas a entrada é empolgante.

O Porto Velho
A segunda participação no CD é do Rodrigo Lima. Nossa amizade com a galera do Dead Fish já vem de muito tempo e rendeu muitos shows e viagens pelo Brasil, mas ainda não tinha rendido uma parceria. O Helinho me ligou um dia e disse "dessa vez não dá pra deixar ele passar…" Eu concordei e no mesmo dia liguei pra ele. O tema da música surgiu de conversa na casa dele, a gente contando "causos" da vida, então nos vimos dentro de uma situação em comum que é lidar com a maturidade. Seja a nossa, seja a dos amigos, ela traz uma seriedade que tem prós e contras. Tentamos falar um pouco sobre isso.

A Cura
Essa foi muito simples, eu escrevi meio de sopetão inconformado com as manchetes do dia, aquela velha história. O engraçado nessa faixa é que ela foi muito foda de gravar por que a gente não encontrava o tom ideal, não sei se a gente chegou lá, mas ficamos bem felizes com o resultado.

Caminhos Cruzados
O que eu posso dizer? Esse som a gente regravou por que ele ficou perdido numa coletânea que não foi mais editada e ,a pedidos, a gente ia colocar como um bônus track mas ela acabou entrando como parte da compilação mesmo. Esse som marcou uma fase muito boa pra nós e foi muito bom regravá-la, deixamos ela mais direta ainda e as guitarras estão soando bem melhores agora. Ela fecha o CD e a gente teve a impressão de que ali era o lugar perfeito pra ela, parece que foi feita pra encerrar esse trabalho como uma junção positiva de passado e futuro.


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